O MOVIMENTO: ENTRE A CULTURA POP E A IGNORÂNCIA

Todos os sentidos do mundo acentuam para um mesmo problema: a ‘igualitária’ humanização entre os que são e os que não são deficientes – pois isto não ocorre frequentemente como desejamos. N’um mundo onde a moral e a ética andam lado-a-lado, podemos supor que somos estranhos: uns tentando ser iguais aos outros, e poucos se aceitando como – de fato – são.

No meu caso, sempre busquei alguma explicação que me dê norte – um sentido da vida, propriamente dito. E surgiu, então, aquela pergunta: “De um jeito ou de outro, será que me encaixo?”. E esta questão ainda ecoa nos dias atuais, sem alguma resposta.

 

Não é difícil chegar à conclusão que, na maior parte, a dificuldade está na informação compartilhada para/com a sociedade e a comunidade em geral; onde um deficiente auditivo é considerado ‘mudo’, como de exemplo. Desinformações levam-nas conclusões das mais absurdas, sem quem a conferir informações ali compartilhadas. E sabe o que é mais impressionante? Isto soa tão atual…

Devido a uma rubéola, n’uma gestação de três meses, foi tramada uma consequência sem volta – e a minha vida inteira ficou na dúvida, de qual ficou a situação ímpar: “e se?”. Este ‘e se’ transformou em ‘agora sabemos’, na qual me foi atingido à audição. E lá se foi a perfeição, de todo o ser humano certo. Desde o ano escolar, sempre tive obstáculos. Pareciam enormes, que não poderia subestimar.

A rejeição – de quem deveria, pela lógica, me aceitar e defender – me levou a um universo de quadrinhos, livros, discos e filmes. Era único refúgio na qual me sentia protegido. Lembro, com toda propriedade, ter em mãos alguns exemplares do X-MEN (geralmente as publicadas da década de 70, e algumas dos anos 80). Foi amor à primeira vista, e a identificação era notória.

A lendária capa de X-Men, em alusão ao que seria a última saga da Fênix Negra (Jean Grey)

E lembro-me do cinema, enquanto criança. Uma explosão de filmes interessantes. Batman, Blade Runner, The Goonies, Home Alone, e entre outros. Tão fascinante quanto aos quadrinhos. Dando ao seu movimento, tudo se criou. E o meu mundo se tornou completo, com vinis de trilha sonora. E ao ouvir, tendo a deficiência, me fez pensar que o meu mundo não se compete com o mundo ‘dos outros’. Pois aquilo era o mundo que eu tentava viver…

O clássico filme ‘Os Goonies’, de Steven Spielberg. E trilha sonora de Chris Columbus…que nostalgia!

Agora me dirijo ao meu mundo, que esteja lendo neste momento: sentimos a mesma rejeição, e pleiteamos a mesma história. Não deixemos o mundo dizer quem somos nós. Cada um terá a sua importância, e toda a sua capacidade lúcida de compreender todo o seu “eu”.

E aqui chegamos ao motivo, que nos leva até aqui. Quero ser: os seus ouvidos, seus olhos, suas mãos e seus pés. Quero representar os quarenta e cinco milhões de Pessoas com Deficiência (PCD’s), de diversos níveis sociais, a se socializarem com o mundo da cultura pop. Que nenhum muro da ignorância sobrevenha sobre nós, em quaisquer circunstâncias.  

E como diria Rocky Balboa, em Rocky 6:

“O mundo não é um mar de rosas; é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o quanto você é durão. Vai botar você de joelhos e você vai ficar de joelhos para sempre se você deixar. Você, eu, ninguém vai bater tão forte como a vida, mas não se trata de bater forte. Se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer. Agora se você sabe do teu valor, então vá atrás do que você merece, mas tem que estar preparado para apanhar. E nada de apontar dedos, dizer que você não consegue por causa dele ou dela, ou de quem quer que seja. Só covardes fazem isso e você não é covarde, você é melhor que isso.”

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