CRÍTICA – ON THE ROCKS
Dirigido e escrito por Sofia Coppola, On the Rocks, entrou no último dia 23 no catálogo da Apple TV+, após sua estreia no Festival de Cinema de Nova Iorque, e até mesmo após um período de exibição em limitadas salas de cinema nos Estados Unidos. A história foca em Laura (Rashida Jones) e seus problemas matrimoniais com seu esposo Dean (Marlon Wayans), além de seu relacionamento com seu pai Felix (Bill Murray), um mulherengo charmoso e de bem com a vida.
Um dos primeiros pontos que me agradou no filme foi a sua proposta inicial da sinopse ser rapidamente apresentada e manifestada nos personagens. Em questão de poucos minutos já somos habituados à rotina do casal e à sua evolução de serem recém-casados para serem pais de duas filhas. Após a introdução de Felix, a história ganha corpo e o público conhece o personagem de Bill Murray, que é o ponto alto do filme.
Felix está longe de ser um pai perfeito, muito menos um ser humano perfeito, e muito menos ainda um homem perfeito, porém é difícil não se encantar com seu jeito e suas piadas, mesmo que suas falas e seus posicionamentos possam ser vistos como controversos, se levados à sério. Bill Murray não foge muito dele mesmo ao interpretar um personagem que é um charme em pessoa, e a história se aproveita disso, até como muleta de roteiro para solucionar rapidamente problemas encontrados pelos personagens.
Rashida Jones contracena maravilhosamente bem com Murray mas também entrega uma performance que em si nos dá uma clara impressão de como é ser mãe, esposa e mulher, e os problemas que o tempo pode trazer para estas funções. Todo o trabalho conjunto de direção, roteiro, cinematografia e atuação consegue transmitir com êxito diferentes sentimentos e anseios da personagem ao público em situações rotineiras da vida de Laura conforme a história desenrola.
Outro aspecto que me chamou muito atenção positivamente é a paisagem e a localização. Em tomadas externas e com um excelente uso das ruas de Nova Iorque, Coppola nos deixa dentro da cidade, em situações de trabalho, de lazer e de estudo, seja de dia ou de noite.
Acredito que esse filme seja altamente acessível para todo tipo de público, pois ele é honesto em sua proposta e a executa com êxito, mas também trabalha com aspectos que talvez o “grande público” não vá notar, ou não os causará tanto impacto. Por conta de suas duas narrativas, uma envolvendo o relacionamento de Laura com seu marido, e outra envolvendo seu relacionamento com seu pai, o filme pode dividir o público em opiniões quanto à qual história é a principal. Alguns podem achar que certa narrativa é a primária e a outra a secundária e outros podem achar o inverso.
Não, On The Rocks, não é um filme perfeito, não é o melhor filme do ano, não é o melhor filme da Sofia Coppola, não é o melhor filme do Bill Murray e provavelmente não será lembrado nas épocas de premiações, porém é uma excelente opção para uma exibição leve, divertida e charmosa em sua casa. Apesar de ser um filme nitidamente com proposta para as telas grandes, não só pelos grandes nomes envolvidos em sua produção, mas pela sua composição e até mesmo seu potencial de bilheteria, infelizmente ele foi “rebaixado” para apenas constar no catálogo de um dos muitos serviços de streaming hoje disponíveis no país.
On the Rocks está disponível no catálogo da Apple TV+.
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