CRÍTICA – AN AMERICAN PICKLE

Em 2013, Seth Rogen adquiriu os direitos da história curta Sell Out de Simon Rich publicada na revista The New Yorker em quatro partes.  Rogen então decidiu chamar o próprio Simon para adaptar sua obra para um roteiro de filme, e chamou também seu parceiro como diretor de fotografia Brandon Trost para a direção.

O longa produzido e financiado pela Sony foi gravado no fim de 2018 em Pittsburgh, porém foi vendido para o serviço de streaming HBO Max (que ainda deve chegar no Brasil). Uma decisão correta da Sony que não conseguiu prever sucesso desse projeto nas telas do cinema. Levando o selo original da HBO Max e lançado direto no streaming nesses tempos de pandemia, de “vacas magras” em questão de novos lançamentos An American Pickle pode ser uma boa pedida para entretenimento, caso não sejas muito exigente.

 

A premissa é a mesma da história curta: Herschel Greenbaum, um homem de 1919 cai em um barril de picles e é preservado durante 100 anos até ser acordado nos tempos atuais, onde encontra seu bisneto, Ben Greenbaum. Partindo dessa premissa realmente interessante, a história poderia seguir diversos rumos narrativos que possibilitariam um trabalho de problemáticas mais forte que daria maior qualidade ao filme. Porém, não é isso que acontece, o roteiro parece que tem um excesso de receio em cair em alguma fórmula narrativa ou clichê e acaba tentando explorar diversos caminhos da história sem se comprometer a nenhum, deixando a obra como um todo carente de uma mensagem mais forte e mais construída.

Os livros de Simon Rich já inspiraram duas séries para a televisão, The Last Girlfriend on Earth, de 2013 originou a ótima série Man Seeking Woman da FX de 2015. Já What In God’s Name, de 2012 inspirou Miracle Workers da TBS estreada em 2019, porém nessa, Simon Rich assina como o roteirista da série, o seu primeiro grande trabalho no audiovisual.

Talvez essa minha familiaridade e até boa impressão perante o roteirista fez com que eu tivesse alguns momentos de prazer em algumas piadas postas no filme. Destaco três desses momentos: a razão pela qual Herschel cai no barril, a coletiva de imprensa dos cientistas logo após o seu descobrimento e a sua entrevista no canal de TV – uma cena que não ficaria nem um pouco perdida em séries consagradas de comédia como Monty Python’s Flying Circus, South Park ou Key & Peele.

 

Em An American Pickle, Seth Rogen adere à tendência de contracenar consigo mesmo, já que interpreta Herschel e Ben no mesmo filme. Após James Franco em The Deuce, Paul Rudd em Cara x Cara e Mark Ruffalo em I Know This Much is True, Rogen não faz feio, conseguindo dar distinção em seus dois personagens, até mesmo em momentos em que a que a óbvia diferenciação visual não é presente. Já acostumado a ter personagens em comédias escrachadas contendo muitas referências à obscenidades e à maconha, aqui Rogen tem seu primeiro filme produzido que não contém uma classificação indicativa +16 ou +18.

Sim, An American Pickle pode ser considerado um filme família, daqueles que todos podem ver juntos e até mesmo se divertir, claro, não tendo uma expectativa ou exigência alta, pois é um longa que contém um novato no roteiro e um novato na direção, e se parece como tal. No que há de linear em sua história, há mensagens como o respeito à tradições, sejam elas de família ou religiosas, e também a uma atitude mais positiva e de sobrevivência, oriunda dos imigrantes do leste europeu para os Estados Unidos. Esses tópicos são perceptíveis mas não me parece que nenhum deles fora propriamente explorado pela história a ponto do filme apresentar a seu público uma forte mensagem ou questionamento.

An American Pickle está no catálogo da HBO Max, ainda sem data de exibição no Brasil.

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